quinta-feira, 14 de março de 2013

A Parábola dos potes


Havia dois grandes potes e belos que, num canto do quintal, falavam entre si:

 - Ah, que tédio! Que vida! Viver aqui exposto a tudo, sol, vento, chuva, calor… Por mais que me proteja, como sobreviverei? Aqui estou perfeitamente tampado, lacrado para proteger-me e ainda assim sinto-me ameaçado, vazio. Não vejo graça em estar aqui.

 Tranqüilamente retrucava o outro pote:

 - Veja, eu me encontro aqui, aberto, nada me protege a boca, ou melhor, o meu interior. Cai chuva, eu a recebo. Vem o vento, eu o sinto dentro de mim. Vem o sol e me leva as gotinhas que retornam para o céu. E nem por isso sinto-me ameaçado…

 - Ora, grande vantagem! Seu interior não guarda mais a cor original como o meu, sua cor é cada vez mais diferente. Você não é mais o mesmo…

 - Sim, e isso me alegra! O meu interior transforma-se a cada dia à medida que novas coisas me penetram. Posso sentir cada criatura que me visita e cada uma delas deixa algo de si para mim, assim como deixo para elas, pouco a pouco, a minha cor.

 - É mais… Você não tem mais paz, a todo instante você é solicitado, carregam você todo o dia para levar água, ao passo que eu permaneço no meu lugar. Ninguém me incomoda, quando se aproximam já sei que é a você que eles querem.

 - Sim, se me solicitam é porque tenho algo a dar e o que dôo não é diferente do que você pode dar. Deixo-me encher pela água da chuva, que cai tanto sobre mim quanto sobre você. Encho-me até transbordar. Outros seres precisam desta água e eu os sirvo. Esvazio-me e deixo-me encher de novo, assim minha vida é um constante dar e receber. Enquanto isso me desinstalo, saio do meu pequeno mundo e vou ao encontro de outros mundos. Já conheci potes diversos, animais, pessoas, tantas coisas e seres! E cada uma faz-me perceber, ainda mais, o pote que eu sou.

 - Não sei… Se continuar assim, brevemente serás um pote quebrado, gasto, e então de que adiantará tudo isso?

 - Creio que se me desgasto a cada dia é para ser possível levar vida a outros seres. Vejo que o mais importante não é ser um pote intacto tal como fui feito, mas um pote de valor como estou tornando-me. Se vou durar pouco tempo não importa, se o pouco que eu viver tiver sentido trouxer-me alegrias e fizer-me sentir cada vez mais o que é ser pote, isto me basta.

 Já era tarde, o sol já havia se escondido quando os dois se cansaram de falar. O pote aberto, sentindo-se cansado logo adormeceu o que não foi possível para o outro pote; ele não conseguira dormir, pois algumas palavras ditas pelo companheiro vinham-lhe à mente e não o deixaram em paz.

 TRANSFORMAR O INTERIOR! TER PAZ! ESVAZIAR-SE! DEIXAR-SE ENCHER! DEIXAR ALGO DE SI! SER POTE! DESINSTALAR-SE! SER PEQUENO MUNDO! SER FELIZ! SER ÚTIL AO PRÓXIMO! LEVAR ALEGRIA! SER HUMILDE! SER PACIENTE! SER MANSO! COMPROMETER-SE COM O REINO DE DEUS!

 Na manhã seguinte, enquanto um pote acordava, o outro dormia, porque foi grande o seu esforço para tirar a tampa que o acompanhava por tanto tempo.

sexta-feira, 1 de março de 2013

A história das moscas





Certa vez, duas moscas caíram num copo de leite. A primeira era forte e valente e logo nadou até a borda do copo. Mas, como a superfície era muito lisa e suas asas estavam molhadas, não conseguiu escapar. Acreditando que não havia saída, desanimou, parou de se debater e afundou. Sua companheira, apesar de não ser tão forte, era tenaz; por isso continuou a se debater e a lutar. Aos poucos, com tanta agitação, o leite ao seu redor formou um pequeno nódulo de manteiga, onde ela subiu e conseguiu levantar vôo para longe.

Tempos depois, a mosca tenaz, por um descuido, caiu novamente em um copo, desta vez cheio d’água. Imaginando que já conhecia a solução para aquele problema, começou a se debater na esperança de que, no devido tempo, se salvasse. Outra mosca passando por ali e vendo a aflição da mosca tenaz, pousou na beira do copo e gritou: “-Tem um canudo ali, nade até lá e suba”. A mosca tenaz respondeu: “Pode deixar que eu sei como resolver esse problema”. E continuou se debatendo, mais e mais, até que, exausta, afundou na água.

Moral da história: soluções do passado, em contextos diferentes, podem se transformar em problemas.
Quantas vezes, baseados em experiências anteriores, deixamos de observar as mudanças ao nosso redor e ficamos lutando inutilmente até afundar em nossa própria falta de visão? Criamos uma confiança equivocada e perdemos a oportunidade de repensar nossas experiências. Ficamos presos a velhos hábitos que nos levaram ao sucesso e perdemos a oportunidade de evoluir…
Os donos do futuro sabem reconhecer essas transformações e fazer as mudanças necessárias para acompanhar a nova situação.


 Pense nisso!!!

Aprendendo a ouvir





Se você consegue ouvir no silêncio a beleza da Voz de Deus, você consegue ouvir a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.

O que é saber ouvir?

• Esvaziar a cabeça, para receber de modo livre tudo o que o outro está dizendo;

• Estar presente de corpo e alma no momento do diálogo - deixar as preocupações de lado;

• Não ficar na defensiva, tentando justificar-se ou explicar-se;

• Não levar críticas e sugestões para o plano pessoal;

• Fechar a boca enquanto o outro fala - e abrir os ouvidos;

• Não adivinhar o que o outro tem a dizer - nem os sentimentos dele;

Abram bem os seus ouvidos e ouçam com pelo menos dois sentidos, audição e visão.

Quando a nossa comunhão com Deus está intima e intensa, tudo ao nosso redor deixe de ser complicado e se torna simples.